Japão aprova orçamento recorde de defesa para dissuadir a China

  • 25/12/2025
(Foto: Reprodução)
A primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, discursa durante uma coletiva de imprensa no gabinete do primeiro-ministro em Tóquio, Japão Kiyoshi Ota/Pool Photo via AP, Arquivo O governo do Japão aprovou na sexta-feira (26), no horário local -- quinta-feira (25), no horário de Brasília -- um plano recorde de orçamento de defesa que supera 9 trilhões de ienes (R$ 318 bilhões ) para o próximo ano. O objetivo é reforçar sua capacidade de contra-ataque e a defesa costeira com mísseis de cruzeiro e arsenais não tripulados, em meio ao aumento das tensões na região. O orçamento preliminar para o ano fiscal de 2026, que começa em abril, representa um aumento de 9,4% em relação a 2025 e marca o quarto ano do programa quinquenal do Japão para dobrar os gastos anuais com armamentos para 2% do Produto Interno Bruto (PIB). O aumento ocorre enquanto o Japão enfrenta tensões elevadas com a China. A primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, afirmou em novembro que as Forças Armadas do país poderiam se envolver caso a China tomasse alguma medida contra Taiwan, a ilha autogovernada que Pequim diz que deve passar ao seu controle. Sob pressão dos Estados Unidos por um aumento militar, o governo Takaichi prometeu atingir a meta de 2% até março, dois anos antes do previsto. O Japão também planeja revisar a política de segurança e defesa em vigor até dezembro de 2026 para fortalecer ainda mais suas Forças Armadas. Veja os vídeos em alta do g1 Veja os vídeos que estão em alta no g1 Mísseis e drones reforçam defesa das ilhas do sudoeste O Japão vem ampliando sua capacidade ofensiva com mísseis de longo alcance para atacar alvos inimigos à distância, uma ruptura significativa com o princípio do pós-Segunda Guerra Mundial que limitava o uso da força à autodefesa. A atual estratégia de segurança, adotada em 2022, classifica a China como o maior desafio estratégico do país e defende um papel mais ofensivo das Forças de Autodefesa do Japão no âmbito da aliança de segurança com os EUA. O novo plano orçamentário destina mais de 970 bilhões de ienes (US$ 6,2 bilhões) para reforçar a capacidade de mísseis de “standoff” (ataque à distância). Isso inclui a compra, no valor de 177 bilhões de ienes (US$ 1,13 bilhão), de mísseis antinavio Type-12, desenvolvidos e modernizados no país, com alcance de cerca de 1.000 quilômetros. O primeiro lote dos mísseis Type-12 será implantado na província de Kumamoto, no sudoeste do Japão, até março — um ano antes do planejado — à medida que o país acelera o reforço de mísseis na região. Em parte devido ao envelhecimento e à queda da população, além das dificuldades para manter as Forças Armadas com efetivo suficiente, o governo considera os armamentos não tripulados essenciais. Para defender as costas, o Japão gastará 100 bilhões de ienes (US$ 640 milhões) para implantar um número “massivo” de drones aéreos, de superfície marítima e subaquáticos, destinados à vigilância e defesa, dentro de um sistema chamado “SHIELD”, previsto para março de 2028, segundo autoridades do Ministério da Defesa. Para acelerar a implantação, o Japão planeja inicialmente depender principalmente de importações, possivelmente da Turquia ou de Israel. Tensões com a China aumentam O anúncio do orçamento ocorre enquanto a disputa do Japão com a China se intensifica após a declaração de Takaichi, em novembro, de que os militares japoneses poderiam se envolver caso a China agisse contra Taiwan, ilha autogovernada que Pequim reivindica como sua. A discordância se agravou neste mês quando exercícios de porta-aviões chineses perto do sudoeste do Japão levaram Tóquio a protestar depois que aeronaves chinesas travaram seus radares em aviões japoneses — o que é considerado uma possível preparação para disparo de mísseis. O Ministério da Defesa, já alarmado com a rápida expansão das operações chinesas no Pacífico, abrirá um novo escritório dedicado a estudar operações, equipamentos e outras necessidades para o Japão lidar com a atividade chinesa na região. Dois porta-aviões chineses foram avistados em junho operando quase simultaneamente perto da ilha japonesa de Iwo Jima, no sul do país, pela primeira vez, alimentando a preocupação de Tóquio com a rápida expansão da atividade militar de Pequim muito além de suas fronteiras e das áreas em torno das ilhas disputadas no Mar da China Oriental. Japão planeja desenvolvimento conjunto de fragatas e caças O Japão busca fortalecer sua indústria de defesa, majoritariamente doméstica, por meio da participação em desenvolvimentos conjuntos com países aliados e da promoção de vendas externas, após flexibilizar drasticamente as restrições à exportação de armas nos últimos anos. Para 2026, o Japão planeja gastar mais de 160 bilhões de ienes (US$ 1 bilhão) no desenvolvimento conjunto de um caça de próxima geração com o Reino Unido e a Itália, com previsão de implantação em 2035. Também há planos de pesquisa e desenvolvimento de drones operados por inteligência artificial, projetados para voar em conjunto com o jato. Em um grande impulso para a indústria de defesa do país, a Austrália selecionou a Mitsubishi Heavy Industries em agosto para modernizar a fragata da classe Mogami, que substituirá sua frota de 11 navios da classe ANZAC. O orçamento do Japão destina quase 10 bilhões de ienes (US$ 64 milhões) para apoiar a base industrial e as vendas de armamentos. Metas cumpridas, mas financiamento futuro é incerto O plano orçamentário precisa da aprovação do Parlamento até março para ser implementado como parte do projeto de orçamento nacional de 122,3 trilhões de ienes (US$ 784 bilhões). O programa quinquenal de fortalecimento da defesa elevará os gastos anuais do Japão para cerca de 10 trilhões de ienes (US$ 64 bilhões), tornando o país o terceiro maior gastador do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China. O Japão atingirá a meta de 2% do PIB até março, conforme prometido, informou o Ministério das Finanças. O governo Takaichi planeja financiar o aumento dos gastos militares elevando impostos corporativos e sobre o tabaco e recentemente adotou um plano de aumento do imposto de renda a partir de 2027. As perspectivas de crescimento futuro com uma porcentagem ainda maior do PIB permanecem incertas.

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/12/25/japao-orcamento-recorde-defesa-china.ghtml


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